Gestão Financeira

Gestão de fluxo de caixa: saiba como fazer na prática

Fazer uma boa gestão do fluxo de caixa é das atividades mais importantes da administração de uma empresa. Porém, nem sempre essa é uma tarefa fácil para os empreendedores.

O planejamento de caixa é requisito fundamental para deixar as finanças sempre em dia, principalmente para evitar uma crise de liquidez. Afinal, se uma empresa fica sem dinheiro e não consegue obter novos financiamentos, ela terá problemas sérios para se manter viva.

Muitos pequenos e médios empreendimentos lutam com o seu gerenciamento de fluxo de caixa e lidam com diversos problemas, desde o não pagamento do cliente até despesas imprevistas. Uma grande variedade de fatores pode levar uma empresa a uma situação financeira difícil devido à má gestão do fluxo de caixa.

Por isso, o objetivo dessa ferramenta é apurar e projetar o saldo disponível para que exista sempre capital de giro, para aplicação ou eventuais gastos. A boa notícia é que acompanhar seus movimentos de caixa pode ser menos complicado do que parece.

Neste artigo, você saberá um pouco mais sobre a gestão de fluxo de caixa, especialmente como ela funciona e como é possível fazer um bom gerenciamento dentro da sua empresa.

Continue a leitura!

O que é a gestão de fluxo de caixa e como ele funciona?

A definição de gestão de fluxo de caixa para os negócios pode ser resumida como o processo de monitorar, analisar e otimizar o valor líquido entre recebimentos e despesas de caixa. Ou seja, basicamente é gerir a movimentação de entrada e saída de dinheiro da empresa em um determinado período.

De acordo com um estudo realizado por Jessie Hagen, do U.S. Bank, 82% das empresas faliram devido ao mau gerenciamento do fluxo de caixa. Esse é um número bem alto, e mostra exatamente como o fluxo de caixa é uma medida importante da saúde financeira de qualquer empresa.

Uma boa gestão do fluxo de caixa tem as seguintes vantagens:

  • antecipar riscos financeiros;
  • reunir todas as informações sobre as finanças da empresa;
  • apontar oportunidades para momentos e tipos específicos de investimentos;
  • apontar a origem de problemas financeiros;
  • auxiliar na criação de indicadores de desempenho financeiros da empresa, entre outros.

Assim, podemos dizer que o aspecto mais importante da gestão do fluxo de caixa é evitar uma escassez prolongada nos cofres da empresa, causada por um grande hiato entre as entradas e saídas de caixa.

Em geral, alguns fatores que podem levar aos problemas de fluxo de caixa são:

  • perda de fontes importantes de receita;
  • projeções financeiras ruins;
  • modelo de negócios excessivamente arriscado;
  • clientes inadimplentes;
  • má gestão financeira devido a investimentos em novos ativos;
  • oferta de produto ou serviço a uma margem de lucro muito baixa, entre outros.

Esses são apenas alguns dos catalisadores que podem prejudicar a gestão do fluxo de caixa de uma organização. Vale ressaltar que as consequências dessa má gestão são sempre catastróficas para a empresa, como acúmulo de dívidas, falta de recursos para investimentos e para a expansão do negócio e até uma iminente falência.

5 dicas para fazer uma boa gestão do fluxo de caixa

A grande pergunta que todo empreendedor deve fazer é: “como a minha empresa pode manter uma boa gestão de fluxo de caixa?”.

Existem muitas soluções para problemas comuns de fluxo de caixa nos negócios. Isso inclui levantar dinheiro na forma de um empréstimo ou investimento de capital de risco, usar o faturamento ou desconto de faturas para gerar receita num curto prazo, entre outras decisões financeiras.

Algumas dicas práticas também ajudam a manter o gerenciamento do fluxo de caixa em dia. Confira 5 dicas que destacamos:

1. Registre e atualize todas as movimentações do fluxo de caixa

As movimentações e declarações de fluxo de caixa rastreiam as entradas e saídas de caixa de uma empresa, relacionadas às suas operações, investimentos e atividades de financiamento.

Lance diariamente todos os seus compromissos no “contas a pagar” e todos os seus direitos no “contas a receber”. Projete recebimentos e pagamentos futuros para que assim seja possível prever a necessidade de capital de giro numa situação deficitária ou uma oportunidade de investimento numa situação superavitária.

Assim, é importante deixar todas essas informações sempre muito bem registradas e atualizadas, especialmente para evitar que números e informações antigos sejam utilizados de forma incorreta.

2. Use softwares de gestão financeira

O controle do fluxo de caixa é uma tarefa que exige atenção aos detalhes, especialmente pelo responsável ter que lidar com muitos dados e informações. Por isso, quanto mais ferramentas que ajudem em sua realização, melhor.

Mesmo os bons profissionais podem perder informações importantes ou cometer algum erro nas planilhas, e as ferramentas ajudam a evitar isso.

Um software de gestão do fluxo de caixa também facilita análises e processos, além de manter as informações bem organizadas e estruturadas, eliminando a necessidade de inúmeras planilhas, por exemplo.

Há diversas opções de softwares de gestão financeira que ajudam no controle do fluxo de caixa. A maioria permite que todas as informações sejam gerenciadas de forma online, além da possibilidade de criação de relatórios e gráficos específicos para cada empresa.

3. Diminua a necessidade de capital de giro

Seu capital de giro é o que vai garantir a continuidade das operações de sua empresa por longos períodos. Com isso, você deve promover ações para que o montante de recursos disponível esteja em um volume adequado.

É importante, por exemplo, estabelecer negociações com seus fornecedores para que os prazos de pagamento sejam estendidos. Ao mesmo tempo, se faz necessário tentar diminuir o prazo de recebimento de seus clientes.

Ao operar dessa maneira, o capital disponível para honrar compromissos financeiros será o menor possível, dando maior margem de investimento para atividades estratégicas em sua empresa.

Veja também: Conheça 6 boas práticas para gerenciar o capital de giro!

4. Faça o controle do estoque

O estoque é um capital imobilizado da empresa, o que significa que ele não gera qualquer rendimento ou juros. Por isso, um grande estoque sem a projeção de uso é, basicamente, um desperdício para os cofres da empresa.

Com isso, o controle e gerenciamento correto do estoque são essenciais para assegurar um bom fluxo de caixa, assim como a existência do capital de giro.

5. Pague as contas em dia, mas não adiantado

Certifique-se de pagar suas contas sempre em dia, uma vez que qualquer atraso no pagamento das contas gera juros – que aumentam o valor final a ser pago.

Porém, mesmo que as finanças estejam indo muito bem, não pague contas adiantadas demais. Levar 30 dias ou mais para pagar faturas é bom para o fluxo de caixa. Isso mantém o dinheiro na sua conta, especialmente para cobrir qualquer imprevisto.

Conclusão

A gestão de fluxo de caixa, portanto, é o processo de acompanhar quanto dinheiro entra e sai do seu negócio.

Tal controle ajuda a prever quanto dinheiro estará disponível para os seus negócios no futuro. Também auxilia na identificação do valor exato que a sua empresa precisa ter para cobrir as dívidas, pagar funcionários e fornecedores, entre outras atividades da administração financeira de uma organização.

Em uma explicação prática e simples: se uma empresa gasta constantemente mais do que ganha, esse empreendimento tem um grande problema de fluxo de caixa.

A gestão de fluxo de caixa acompanha e analisa essas movimentações, podendo ressaltar alterações, identificar tendências, ajudar no controle do endividamento, facilitar a redução de custos, melhorar a eficiência operacional, entre outras vantagens para a empresa.

Mas vale lembrar que, para praticar uma boa gestão de fluxo de caixa com a frequência correta para garantir que sua empresa tenha dinheiro suficiente para continuar funcionando, é importante ter um bom conhecimento sobre finanças empresariais.

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