Em qualquer empresa, independentemente do seu tamanho, os gestores precisam ter uma visão clara de todos os custos e de como isto afeta a lucratividade do negócio. Isso, apesar de parecer um grande desafio, é perfeitamente possível utilizando-se alguns métodos de custeio (ou métodos de rateio). Num artigo anterior já falamos um pouco sobre a contabilidade de custos e sua importância.
Por meio desses métodos de custeio os profissionais da área financeira conseguem fazer a gestão do custo unitário do produto, o que é fundamental para a formação do preço e para o cálculo de rentabilidade do portfólio.
Entre os métodos de custeio, podemos destacar três deles:
- Custeio por absorção ou integral;
- Custeio variável;
- Custeio ABC.
Acompanhe a seguir a descrição de cada um deles.
Boa leitura!
1. Custeio por absorção (custeio integral ou do custo integral)
O método do custeio por absorção tem esse nome porque podemos dizer que ele “absorve” todos os custos no custo unitário de cada produto vendido.
Sua principal característica é que todos os gastos diretos ou indiretos da fabricação são considerados na hora de definir o custo final da venda. Ou seja, toda a quantia desembolsada, mesmo que se relacione de forma indireta com o produto, irá influenciar no seu custo final.
Para sua utilização é fundamental que se faça a correta distinção entre custos e despesas. Apenas os desembolsos relativos aos produtos vendidos (diretos ou indiretos) deverão ser alocados no custo desses produtos. Todos os demais valores desembolsados (despesas administrativas, despesas financeiras, investimentos etc.) devem ficar de fora da composição.
A maior vantagem do método de custeio por absorção é que ele facilita a averiguação do custo total de cada produto. Porém, a sua desvantagem é que dependendo de como é feito o rateio dos custos pode distorcer a margem real do produto.
O método de custeio por absorção é muito usado pelas empresas, pois ele é o mais intuitivo de todos e é o único método de custeio permitido para fins fiscais e de Contabilidade, já que atende aos princípios contábeis.
2. Custeio Variável (custeio direto)
O método de custeio variável é um dos métodos de custeio mais conhecidos e utilizados pelas empresas, principalmente nas áreas da indústria e do comércio.
Os principais motivos para toda essa sua popularidade são sua simplicidade e objetividade, já que ele se baseia na separação dos custos em variáveis (custos que se alteram proporcionalmente ao volume da produção/venda), e fixos (custos que se sustentam constantes independentemente dos volumes de produção/venda).
Assim, os custos fixos, como aluguel e salários dos funcionários, pelo fato de existirem mesmo que a empresa nada produza, não são considerados como custo de produção, mas sim como despesas no método de custeio variável.
Este método é responsável por fornecer a margem de contribuição, indicador fundamental para o planejamento estratégico da empresa, pois ajuda a precificar produtos e serviços e saber como cada produto está contribuindo para o resultado total da organização.
As maiores vantagens do método de custeio variável é definir a margem de contribuição, já mencionada acima, e esclarecer os custos dos produtos. No entanto, a sua desvantagem é que os dados apurados não são úteis em longo prazo e também não são podem ser usados na contabilidade da empresa.
3. Custeio ABC (Baseado em atividades)
Este método de custeio parte do princípio de que os custos de uma empresa são gerados pelas atividades desempenhadas nela e que essas atividades são consumidas por produtos e serviços gerados nesta mesma empresa.
Dessa forma, é possível determinar com maior exatidão as despesas e os custos indiretos (aqueles que não estão diretamente ligados à produção), por meio da análise das atividades, dos seus causadores de custos e dos utilizadores.
Na prática, o método de custeio ABC rastreia os custos de cada uma das atividades realizadas e verifica como essas atividades estão relacionadas para a geração de receitas e o consumo de recursos. Ele estuda cada fase do processo de criação de determinado produto com o objetivo de encontrar e identificar os verdadeiros causadores de custos.
Ele é, sem dúvida alguma, o mais complexo dos métodos de custeio, já que se trata de uma evolução dos demais, tendo sido criado para suprir as necessidades das empresas por informações mais detalhadas.
No entanto, ele não é aceito pela legislação societária e fiscal e por isso, deve ser usado apenas para a gestão e o controle interno da empresa. Ou seja, ele vai ajudar, mas não irá substituir os outros métodos existentes.
Veja também: Artigo explicando com mais detalhes como funciona o custeio ABC
4. Outros métodos de custeio
Além desses três métodos já citados que são os mais usados pelas empresas, podemos citar ainda os seguintes métodos de custeio:
- UEP: utiliza uma espécie de unidade para realizar o cálculo de uma produção, ou seja, utiliza um mesmo parâmetro para definir todos os seus custos, assim, é possível ter uma visão mais ampla das atividades do negócio. Sua vantagem é facilitar a avaliação da capacidade produtiva e rentabilidade dos equipamentos da empresa. Porém, ele só serve para medir a produção e é impossível calcular as perdas e desperdícios.
- Padrão: aqui é feita uma espécie de antecipação dos custos. É bastante útil para definir o valor de gasto ideal que a empresa deve atingir, porém como não se trata de um método que tem como base aplicações reais, pode não ser muito útil quando se quer melhorar a gestão de custos.
Conclusão
Agora que você já conhece um pouco mais sobre os métodos de custeio por absorção, variável e ABC, suas vantagens e desvantagens, que tal se aprofundar no tema fazendo nosso curso de Gestão Estratégica de Custos e Orçamento?
Nesse curso você será apresentado aos conceitos fundamentais para desenvolver um plano orçamentário, as responsabilidades e os modelos mais adequados para a condução do seu processo de estruturação, elaboração e controle.
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