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Política de benefícios: o que você deve saber

Num mercado que demanda cada vez mais mudanças e atualizações, a seleção e retenção de talentos com alto potencial é um fator competitivo para a sobrevivência de empresas de diversos setores.

E dentre as estratégias adotadas para manter as pessoas interessadas e satisfeitas em fazer parte da empresa, está a implantação de uma política de benefícios.

Este é um processo cercado de dúvidas para os profissionais de RH, que percebem os benefícios da estratégia, mas não sabem exatamente por onde começar a estruturação e gestão.

Neste artigo, nós iremos te apresentar os principais conceitos relacionados a política de benefícios, o que leva as empresas a adotarem essa estratégia e alguns passos para que você saiba como estruturar esta política.

Aproveite o conteúdo!

O que é uma política de benefícios?

Antes de entender o que é a política de benefícios, você deve saber qual o significado do benefício na empresa.

Apesar de ser considerado por muitos profissionais como o “algo mais”, o benefício é uma forma de remuneração que faz parte do salário do colaborador. Neste caso, ele é o que chamamos de “salário indireto”, compondo a remuneração estratégica na empresa.

A política de benefícios é a forma de documentar e formalizar como esses benefícios serão disponibilizados para a equipe, estruturando um plano alinhado com a estratégia da empresa.

Alguns benefícios são exigidos por lei, mas outros surgem a partir da percepção e necessidade organizacional em fazer com que a marca se torne mais atrativa e promova a satisfação entre os funcionários.

Existem alguns benefícios comuns oferecidos pelas empresas, que podem ser recompensas caracterizadas como:

  • Assistenciais: com foco em saúde e bem-estar do colaborador e da família;
  • Recreativos: usados para a promoção da qualidade de vida além do trabalho, como uma forma de estimular a saúde mental dos trabalhadores;
  • Supletivos: uma complementação que favorece a atuação do trabalho.

Veja alguns dos mais usados na política de benefícios das empresas:

  • Seguro saúde;
  • Assistência médica;
  • Auxílio odontológico;
  • Seguro de vida;
  • Previdência privada;
  • Vale-transporte;
  • Computadores para home office;
  • Investimento em educação e formações de aperfeiçoamento.

Dessa forma, os benefícios podem ser percebidos como recompensas financeiras ou não-financeiras, além da possibilidade de aplicação de forma fixa ou variável (planos tradicionais, campanhas de benefícios ou projetos), individuais ou coletivos (pacotes organizacionais ou exclusivos para determinados cargos).

Assim, a escolha do formato está ligada aos objetivos da empresa com a criação da política, que você vai aprender a fazer ao final deste artigo.

Por que as empresas adotam as políticas de benefícios?

Existem diversos motivos que podem fazer com que uma empresa busque a adoção de uma política de benefícios, e o posicionamento estratégico é um dos principais.

O salário por si já não é mais considerado um atrativo forte o suficiente para que as pessoas desejem ingressar em um novo trabalho.

Assim, ao oferecer uma carteira de benefícios com maior variedade, a organização passa a ter um peso maior na escolha dos candidatos.

Segundo a pesquisa da plataforma de benefícios Creditas, 78% dos entrevistados afirmaram que benefícios são fatores de decisão na escolha de um emprego, e 40% afirma que os tipos de benefícios oferecidos pesam ainda mais na escolha da vaga.

Além disso, a criação de uma política de benefícios bem estruturada oferece vantagens para os trabalhadores que já fazem parte do time, como:

  • Aumento da produtividade;
  • Estímulo do sentimento de confiança entre empresa e empregado;
  • Melhoria do clima organizacional;
  • Retenção de talentos.

Dessa forma, a ideia básica da política de benefícios é: atrair quem está fora e manter os melhores dentro da empresa.

Princípios da política de benefícios

Antes de iniciar o planejamento da sua política de benefícios, existem dois princípios base para te guiar neste processo.

Retorno do investimento

Nenhuma ação de RH é feita sem que um ganho seja percebido.

Assim, a implantação de uma política de benefícios deve oferecer um retorno sobre o investimento realizado pela empresa. Afinal, este é um processo que deve ter como objetivo final o crescimento do negócio.

Quando falamos em retorno, ele não significa uma consequência financeira direta, mas melhorias nos relacionamentos e satisfação da equipe que, de forma indireta, aumentem a capacidade produtiva da empresa.

Dessa forma, alguns indicadores de RH e operacionais podem ser aplicados como forma de avaliação:

  • Retenção de talentos;
  • Clima organizacional;
  • Qualidade das entregas.

Mútua responsabilidade

Outro ponto é o estabelecimento de uma responsabilidade compartilhada entre a empresa e o colaborador que faz o uso do benefício.

Isso significa que a empresa pode compartilhar o custeio com os funcionários, que pagam uma parcela mínima, rateada ou com proporções divididas de acordo com as características do benefício.

Alguns exemplos bem comuns são o vale-alimentação e vale-refeição, que segundo as regras do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), o valor da participação do funcionário é limitada a 20% do total do benefício.

4 passos para estruturar uma política de benefícios

Entendendo os princípios, você poderá iniciar a elaboração da política de benefícios da sua empresa.

Olhe para a sua equipe e envolva o time

Assim como diversos processos da área de RH, a criação da política de benefícios deve ser feita com base nos interesses da sua empresa. Por isso, não adianta “copiar e colar” um determinado modelo de outras organizações.

Você precisa olhar para a sua equipe e buscar entender quais as necessidades a serem atendidas, bem como envolver o time na escolha dos novos benefícios a serem adotados.

Afinal, não faz sentido oferecer uma recompensa que as pessoas não poderiam perceber como um fator positivo, e nós vamos te mostrar isso com um exemplo.

Se você deseja implantar o benefício do auxílio-creche como um benefício coletivo, mas a maior parte dos seus colaboradores não têm filhos, esse benefício não será explorado e nem percebido como vantajoso pela maioria.

Dessa forma, o ideal é que você levante esse questionamento e deixe que os próprios colaboradores apresentem o que é mais ou menos interessante para a maioria.

Para isso, você pode utilizar pesquisas e formulários online.

Pesquise as opções no mercado

Enquanto você analisa internamente quais os desejos do seu time, é possível pesquisar como as empresas da sua região ou do mesmo mercado estão trabalhando a política de benefícios.

Essa exploração vai permitir que você entenda o posicionamento do negócio como marca empregadora e fazer um comparativo entre o que a empresa já pratica hoje e como o mercado está atuando.

É importante que você pesquise empresas do mesmo porte, região ou ramo de atuação da sua, pois quanto maior a diferença entre o perfil das organizações, maior a diferença entre as necessidades dos colaboradores e tipos de benefícios.

Assim, a comparação com empresas do “mesmo nível e nicho” permite uma melhor equiparação, especialmente para aquelas que ainda estão iniciando este processo.

Além disso, durante esta pesquisa você poderá conhecer os fornecedores dos serviços de benefícios e entender o que cada um poderá oferecer para a empresa, como também realizar um benchmarking com outros RHs, solicitando indicações e entendendo as experiências com os serviços.

Desenvolva o conteúdo e comunique a política

Após decidir quais benefícios serão implantados, é a hora de desenvolver o conteúdo da política.

Esta é uma etapa que muitos profissionais acabam pulando, mas ela é essencial para que você mantenha um registro claro do que será proposto para os colaboradores, o que esperar de sua atuação e como eles poderão se beneficiar.

Além disso, a comunicação da política de benefícios deve ser feita de forma aberta e esclarecedora, permitindo que os colaboradores tirem dúvidas e entendam exatamente como este processo irá funcionar.

Assim, você poderá usar a apresentação da política de benefícios em diversos momentos, como:

Monitore custos e uso pelos colaboradores

Implantando a política, o profissional de RH deverá realizar o monitoramento dos custos dos benefícios adotados, bem como o uso por parte dos colaboradores.

Esta etapa é fundamental para manter o alinhamento das ações de RH com a atuação do setor financeiro. Assim, será possível avaliar o custo-benefício dos tipos de recompensas que estão sendo utilizados e verificar a eficácia do plano.

Dessa forma, alguns pontos devem ser avaliados de perto, como:

  • Custos mensal e anual por colaborador;
  • Retorno do investimento para a empresa;
  • Nível de satisfação e adesão por parte dos colaboradores;
  • Impacto na folha de pagamentos.

Com esta avaliação, é possível apresentar resultados tangíveis para a diretoria e desenvolver uma atuação estratégica do RH ao lado de outros setores na empresa.

Como você percebeu, a criação de uma política de benefícios é um processo que exige a avaliação de diversos elementos, bem como o cuidado com aspectos legais para que a empresa não sofra nenhuma punição.

Por isso, antes de iniciar a implantação, você deve reunir os melhores conhecimentos e estratégias para fazer com que os melhores resultados sejam alcançados.

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