Você sabe quais são os riscos da terceirização de serviços? A terceirização, relação B2B ou outsourcing como também é conhecida, é uma prática amplamente utilizada para aumentar a eficiência operacional e reduzir custos. No entanto, ela também apresenta diversos riscos que, se não forem gerenciados adequadamente, tem grande potencial para gerar consequências financeiras, legais e operacionais severas para a contratante.
A terceirização de serviços oferece várias vantagens, como a redução de custos com contratações diretas, agilidade nas contratações e a possibilidade de focar em atividades estratégicas da empresa. Além disso, a conformidade legal, garantida pela Lei da Terceirização, é um benefício que protege as empresas contratantes.
No entanto, a terceirização não está isenta de riscos. Entre as desvantagens mais importantes, destacam-se questões trabalhistas, como a possibilidade de vínculo direto entre o contratado e o prestador de serviço, o que pode levar a complicações legais. Além disso, a falta de controle sobre a qualidade do serviço prestado e a desintegração entre a equipe terceirizada e a empresa contratante prejudicam a eficiência e a padronização do serviço.
Para mitigar os riscos da terceirização, é essencial que as empresas adotem alguns cuidados. A escolha de prestadores de serviço qualificados, recomendados por outras empresas, é um passo importante. Além disso, a transparência da empresa contratada, especialmente em relação ao tratamento de seus colaboradores e à conformidade com as normas trabalhistas, deve ser um critério fundamental na seleção.
Mas para isso, é preciso entender quais são os principais riscos da terceirização, e é sobre isso que trataremos neste artigo.
O que é a terceirização de serviços?
A terceirização é a contratação de uma empresa especializada para executar tarefas específicas dentro de uma organização. Essa prática é formalizada por meio de contratos entre a empresa contratante e a prestadora de serviços. No Brasil, a Lei da Terceirização (Lei nº 13.429/2017) regulamenta essa prática e visa garantir segurança jurídica para as empresas envolvidas, evitando que normas trabalhistas sejam burladas
Quais são os principais riscos da terceirização de serviços?
1. Riscos Trabalhistas
A terceirização tem forte potencial de gerar passivos trabalhistas se houver falhas no cumprimento da legislação vigente, como a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e a Lei nº 13.429/2017. Haverá a responsabilidade subsidiária do contratante em caso de inadimplência trabalhista pela empresa terceirizada. O impacto dessa responsabilização é a aplicação de multas, ações judiciais e danos à reputação.
Para mitigar esses riscos, as auditorias periódicas nos documentos trabalhistas da contratada, como folhas de pagamento e recolhimento de FGTS é indispensável.
2. Dependência de fornecedores
Confiar completamente em um único fornecedor torna a organização vulnerável em caso de falhas na entrega de serviços ou de encerramento das atividades da contratada.
Uma empresa de TI que terceiriza suporte técnico e fica sem alternativas caso a contratada interrompa os serviços, é um exemplo clássico.
Nesse caso, o impacto será a paralisação das operações, perda de clientes e aumento de custos com substituições emergenciais.
Para mitigar esse risco é preciso contratar múltiplos fornecedores ou desenvolver uma capacidade interna mínima.
3. Riscos de qualidade
A terceirização geralmente leva a uma redução no controle sobre a qualidade dos serviços prestados, especialmente se os indicadores de desempenho (KPIs) não forem definidos claramente.
No caso de serviços de limpeza, por exemplo, isso pode acabar comprometendo a imagem do contratante.
Além disso, pode haver reclamações de clientes, queda na produtividade e necessidade de retrabalho.
A melhor maneira de mitigar esse risco é estabelecer SLAs (Acordos de Nível de Serviço) detalhados e realizar inspeções regulares.
4. Gestão de contratos
A falta de fiscalização adequada poderá levar ao descumprimento de cláusulas contratuais e até mesmo à execução de serviços fora do escopo estabelecido. Um exemplo comum são as cobranças indevidas por serviços não realizados, causando prejuízos financeiros e litigância contratual.
A implementação de sistemas de gestão de contratos e treinamento da equipe fiscalizadora é uma forma de mitigação recomendada.
5. Riscos de segurança da informação
Quando serviços relacionados a dados sensíveis são terceirizados, existe o risco de vazamento ou uso inadequado dessas informações.
Um exemplo comum é o vazamento de dados de clientes por parte de uma empresa terceirizada de TI.
Nesse caso, o impacto pode ser sentido por meio de multas e sanções previstas na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), danos à reputação e perda de confiança dos clientes.
Para mitigar este risco, a elaboração de cláusulas contratuais rigorosas sobre confidencialidade e aplicação de ferramentas de segurança cibernética é fortemente recomendada.
6. Conflitos culturais
Diferenças na cultura organizacional entre o contratante e o fornecedor podem gerar falhas na comunicação e na integração das equipes.
É muito comum ocorrer divergências no estilo de trabalho entre a equipe interna e a contratada. Isso gera atrasos, desentendimentos e baixa eficiência operacional.
Para evitar este cenário, é preciso realizar alinhamentos frequentes e estabelecer uma comunicação eficiente e sustentável.
7. Passivos ocultos
Embora a terceirização seja vista como uma forma de economizar, custos inesperados podem surgir devido a contratos mal elaborados ou à necessidade de retrabalho.
Pode haver um aumento nos custos operacionais devido à substituição de fornecedores com desempenho insatisfatório, gerando descontrole financeiro e redução na margem de lucro.
Para evitar, é recomendado realizar um planejamento detalhado e análise rigorosa dos contratos antes da assinatura.
8. Riscos de reputação
Problemas com a empresa terceirizada podem prejudicar a imagem do contratante perante seus clientes e parceiros.
Um call center terceirizado que não atende bem os clientes, por exemplo, acaba gerando críticas à marca principal, que, por sua vez, gera perda de clientes, queda nas vendas e desgaste da marca.
O monitoramento contínuo da satisfação dos clientes e seleção criteriosa do fornecedor é a prática de mitigação neste caso.
9. Controle de processos internos
Delegar tarefas importantes faz com que a empresa perca a visibilidade e controle sobre processos críticos.
Um exemplo disso é a dificuldade em acompanhar o desempenho real de uma empresa terceirizada de logística, gerando falhas operacionais e dificuldade em reagir rapidamente a problemas.
A manutenção de uma supervisão próxima e relatórios periódicos de desempenho é a estratégia de mitigação recomendada.
10. Impactos socioambientais
As empresas terceirizadas geralmente operam sem considerar padrões ambientais e sociais adequados, gerando riscos indiretos para o contratante.
Na subcontratação de mão de obra que atue em condições análogas à escravidão, por exemplo, o risco de altas multas, danos à imagem e boicotes são iminentes.
As auditorias regulares e escolha de fornecedores certificados são a forma mais eficaz de mitigação.
Conclusão
Gerenciar os riscos da terceirização exige foco em governança, monitoramento constante e parcerias sólidas. Torne-se um expert no assunto, entre em contato com a nossa equipe e saiba mais sobre nosso Curso de Gestão de Serviços Terceirizados. Aproveite e confira a nossa agenda de treinamentos!
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