As constantes mudanças no cenário econômico nas últimas décadas levaram gestores, acadêmicos e investidores a procurarem novas formas de gestão e controle orçamentário que acompanhassem toda essa dinâmica do mercado. E foi aí que surgiu o Beyond Budgeting.
Ele se contrapõem ao processo tradicional e se caracteriza por ser um método de gestão flexível, descentralizado, sem orçamentos e com as decisões sendo tomadas pelos “gerentes de linha de frente”.
Quer saber mais? Acompanhe este nosso novo artigo e fique por dentro do assunto.
Boa leitura!
Existem diversos tipos de orçamentos empresariais e processos que podem ser encontrados nas organizações, tais como o Orçamento Matricial, Orçamento Baseado em Atividades, Rolling Forecast, Orçamento Base Zero, etc. No entanto, o Beyond Budgeting tem uma abordagem um pouco diferente desses, a começar pelo nome que em tradução livre significa “além do orçamento”.
A ideia do Beyond Budgeting começou a ser desenhada no início da década de 70 do século passado quando o banco sueco Svenska Handelsbanken decidiu abandonar o modelo tradicional de orçamento, uma vez que esse não estava satisfazendo as necessidades da organização e também trazendo consequências não desejáveis. Com o passar do tempo, outras empresas foram também abandonando o método tradicional, como por exemplo, a dinamarquesa Borealis (1998) e francesa Rhodia (1999).
No entanto, o conceito só passou a existir formalmente em 1998, quando um grupo de 60 empresas criou, na Inglaterra, o BBRT (Beyond Budgeting Round Table), com o objetivo de desenvolver um modelo de gestão sem a utilização do orçamento empresarial e através do desenvolvimento de um processo baseado em flexibilidade e descentralização, que pudesse permitir uma maior competitividade.
Dessa forma, o planejamento estratégico da empresa não seria mais elaborado pela alta gestão, mas sim de forma descentralizada e recorrente, tendo como parâmetro de referência o mercado. As metas e objetivos não seriam mais derivados de métricas financeiras, passando a ser negociados diretamente com os gestores utilizando indicadores flexíveis.
De acordo com os defensores do Beyond Budgeting, o orçamento tradicional possui alguns graves inconvenientes, entre eles:
Dito isso, podemos dizer que as principais diferenças entre o método de gestão orçamentária tradicional e o Beyond Budgeting são:
Beyond Budgeting | Método tradicional | |
Metas | Flexíveis com monitoramento contínuo e negociada com os gestores | Fixas e anuais |
Coordenação | Os gestores coordenam as atividades com base em acordos periódicos e as necessidades dos clientes | As atividades são coordenadas de acordo com o planejamento de outros gestores |
Controle | Só existirá interferência se a tendência dos indicadores se mostrar fora de parâmetros estabelecidos | Monitoramento mensal de desempenho, com revisão de variações significativas |
Hierarquia | Descentralizada | Centralizada |
Planos | Modelo adaptável | Fixos |
Recursos | Liberação de recursos conforme a necessidade | Disponibilidade de acordo com os orçamentos operacionais e de capital |
Premiações e bonificações | Recebimento a partir da avaliação do grupo de gestores responsável por analisar o desempenho | Recebimento mediante enquadramento nos objetivos das metas estabelecidas |
Fonte: Blog Orçamento Empresarial
Vejamos agora as vantagens e desvantagens do método Beyond Budgeting:
Dentre as desvantagens ou limitações da metodologia podemos destacar:
Por fim, podemos dizer que o Beyond Budgeting evidencia uma série de possíveis problemas no processo orçamentário tradicional e sugere a sua não utilização como forma de solução. No entanto, para diversas dificuldades apontadas no processo tradicional, e já mencionadas anteriormente neste texto, existem soluções e o esforço da organização deve ser sempre no sentido melhorá-lo ao invés de simplesmente eliminá-lo. Sua eliminação, quase acontecesse, com certeza, deixaria algumas lacunas na gestão empresarial.
Não se deve ignorar o Beyound Budgeting, afinal ele aponta para boas práticas e serve como referência para que os gestores encontrem novas e melhores soluções.
Existem diversas metodologias e ferramentas quando o assunto é gestão financeira, por isso é importante o estudo e aprimoramento contínuo, principalmente em uma economia tão dinâmica quanto a nossa.
Assim, o bom profissional deve estar sempre se atualizando, seja por meio de leituras em blogs e revistas da área ou por meio de cursos.
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