Gestão Financeira

Quais as diferenças entre balanço e balancete?

A gestão financeira de uma organização é um aspecto que requer profissionais excelentemente capacitados e experientes e um dos conhecimentos basilares para atingir o equilíbrio orçamentário consiste em saber os conceitos de balanço e balancete.

Esses relatórios contábeis atuam diretamente no sucesso de um empreendimento, pois eles trazem informações sobre a situação patrimonial e financeira da empresa, interligando-se diretamente às ações e planejamentos realizados pelos gestores de uma organização, dessa forma, seus dados precisam ser transparentes, reais, de fácil interpretação.

Diante da importância do assunto, elaboramos o presente artigo que traz os conceitos de cada um desses termos, suas finalidades, funcionalidades, diferenças, a relevância de conhecê-los e, no fim, explicamos como a presença de um profissional capacitado será impactante na elaboração desses relatórios. Confira!

Conceito de balancete

O Balancete de Verificação consiste em um relatório opcional que contém saldos de débitos e créditos de todas as contas do Plano de Contas (registro das operações de uma empresa) e tem como referência as informações do Livro Razão (controla os saldos das contas do Livro Diário).

Seu conteúdo evidencia a situação contábil da organização em um determinado momento, deixando claro se as finanças estão sendo a favor do seu desenvolvimento ou não. Além disso, seu uso é exclusivamente interno, ou seja, o interesse de elaborá-lo é da própria empresa.

Não existe uma data predeterminada para a fixação de um balancete, podendo ser emitido no período que o empreendedor quiser. Ele pode definir que sua elaboração seja semanal, quinzenal, mensal ou semestral, conforme a estratégia e necessidade de cada organização.

Finalidade e funcionalidades do balancete

A finalidade principal do balancete é garantir a integridade das contas. O empreendedor pode verificar se os valores lançados estão corretos utilizando o método das partidas dobradas, isto é, para cada débito, deve haver um crédito equivalente, averiguando que não houve fraudes e erros na escrituração.

Os valores desses saldos são voláteis, podendo ser alterados a qualquer momento pelos contadores. Dessa forma, trata-se de um documento importante para detectar eventuais fraudes e corrigir erros comuns de escrituração, como:

  • saldos em desacordo com outros documentos;
  • omissão de lançamentos;
  • inversão de contas;
  • duplicidade de lançamentos.

Os dados presentes nos balancetes também serão parte de relatórios mais completos e complexos, como o Balanço Patrimonial.

Entretanto, sob a forma de relatório, o balancete foi desenvolvido como uma opção mais acessível e rápida que o balanço, já que trata da situação financeira de momentos específicos e de forma mais resumida. Portanto, é um importante para a tomada de decisões pelos administradores.

Outra utilidade dos balancetes é funcionar como ferramenta para obtenção de crédito junto a instituições bancárias e financeiras. Os relatórios evidenciarão que a empresa terá condições de pagar os empréstimos e financiamentos concedidos por essas entidades.

Conceito de balanço

O Balanço Patrimonial é um demonstrativo obrigatório que apresenta a posição patrimonial e financeira de uma entidade, tanto de forma qualitativa quanto quantitativa, em um determinado período de tempo. Diante da quantidade de informações apresentadas, é o principal demonstrativo financeiro de uma empresa.

Esse relatório expõe a situação da empresa dentro de um ano, dessa forma, ele será elaborado no término de cada exercício social (normalmente dia 31 de dezembro), mas é possível que ele seja elaborado trimestral ou bimestralmente.

A sua forma de escrituração é rigorosa. Ele deve ser feito conforme um conjunto de contas padronizadas, obedecendo às Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), como também deve respeitar o padrão imposto pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), sendo composto das seguintes subdivisões:

  • ativos: são todos os bens e direitos de uma empresa, incluindo dinheiro em caixa, imobilizados como, maquinários e imóveis, e bens intangíveis, como marcas e patentes;
  • passivos: são todas as obrigações perante terceiros, como salários, impostos, empréstimos e dívidas;
  • patrimônio líquido: é o patrimônio da empresa, consistindo nos ativos menos os passivos, como também representa as obrigações perante os acionistas e proprietários, como reservas de lucro, provisões, capital social etc.

Essas informações são obtidas dos livros contábeis, controles de caixa, extratos bancários e todos os outros documentos relacionados às finanças. Mas para que o relatório demonstre a situação real da empresa, todas essas fontes devem ser registradas da forma mais organizada e rigorosa possível.

Faz-se importante expor que o balanço traz a ideia de equilíbrio, dessa forma, nele os ativos e passivos deverão ter valores iguais, sob a mesma lógica explicada do balancete.

Finalidade e funcionalidades do balanço

O balanço evidencia a situação da empresa para a Receita Federal, sócios, bancos, acionistas, proprietários e outros interessados. Mas seu conteúdo traz inúmeras utilidades para os gestores. Podem-se listar, entre outras, funcionalidades como:

  • evidencia os valores dos dividendos (remuneração dos sócios) de cada acionista ou os lucros do empresário individual;
  • demonstra a base de cálculo para impostos como o IRPJ e CSLL, tributos que incidem sobre o lucro real;
  • permite que o gestor faça projeções de cenários, fixe orçamentos, avalie os resultados, entre outras análises gerenciais.

Principais distinções entre balanço e balancete

Além das diferenças de prazos, percebe-se que o balancete faz parte do balanço, o primeiro pode ter seus valores alterados ou até mesmo suprimidos, já o segundo é o produto final. Nele, as contas de resultado são encerradas e não podem ser modificadas.

Entretanto há outras diferenças legais: o balancete não é obrigatório para nenhuma empresa, por essa razão há maior liberdade em sua escrituração.

Já o balanço é obrigatório para todas as empresas de capital aberto segundo a Lei das Sociedades por Ações, Lei n.º 6.404/76. Como também é obrigatório para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), incluindo as optantes do Simples nacional, segundo a norma NBC TG 1000.

Nas empresas de maior porte ele pode ser publicado em jornais de grande circulação, mas também deve ser exposto no Livro Diário e nas declarações enviadas ao Fisco.

A única pessoa jurídica isenta de sua elaboração é o Microempreendedor Individual – MEI, conforme previsto no artigo n.º 1.179 do Código Civil Brasileiro. Nesse caso, as contas são expostas na Demonstração de Resultado do Exercício – DRE.

A importância de saber diferenciá-los

Tanto o balanço quanto o balancete são ferramentas para averiguar a situação da empresa. Ao saber diferenciar suas funções o administrador, junto aos seus contadores, aprimorará o controle financeiro sobre seu negócio.

Por exemplo, o gestor poderá requisitar de seu contador um balancete mensal e conferir se os cálculos estão fechando adequadamente. Caso não estejam, ele identificará precisamente onde estão os erros e prevenir possíveis prejuízos e problemas com o Fisco.

No caso do balanço, ele também terá os dados necessários para saber se o seu negócio está atrativo para os investidores, poderá arquitetar planejamentos estratégicos mais precisos e estabelecer metas palpáveis, pois sabe o quanto sua empresa pode crescer.

A relevância de um profissional capacitado

Contabilidade é uma ciência ampla, complexa e muito importante, por mais que esses relatórios possam parecer simples levantamentos, eles são baseados em outros documentos excepcionalmente complicados que devem ser rigorosamente controlados, como os livros contábeis.

Para evitar erros e realizar a elaboração de demonstrações contábeis corretamente, o profissional deve conhecer a legislação, ser experiente no ramo e ter familiaridade com as ferramentas adequadas para realizá-las.

Por meio de relatórios como o balanço e balancete, bons profissionais atuam conjuntamente com o administrador na tomada de decisões da empresa. Por essa razão capacitá-los gerará impactos positivos para o sucesso da organização no mercado.

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