No Brasil, milhares de empresas se deparam anualmente com ações trabalhistas movidas por ex-colaboradores ou empregados ativos. Nessas situações, surge uma figura central para a defesa da organização: o preposto na Justiça do Trabalho.
Mais do que um simples representante, o preposto é a “voz” da empresa perante o juiz. Sua atuação pode influenciar diretamente no rumo da ação — para o bem ou para o mal. Por isso, entender suas funções, requisitos e a importância do preparo é essencial para gestores, profissionais de RH e empresários que querem evitar riscos desnecessários.
De acordo com o artigo 843 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o empregador pode ser representado por um preposto nas audiências trabalhistas. Esse representante não precisa ser advogado, mas deve ter pleno conhecimento dos fatos discutidos. Suas declarações têm o mesmo valor das do próprio empregador.
Na prática, o preposto comparece às audiências para explicar detalhes da relação de trabalho, responder às perguntas do juiz e do advogado da parte contrária e confirmar informações apresentadas pela defesa da empresa.
Ou seja: ele é o porta-voz oficial da organização dentro do processo.
O preposto exerce um papel multifuncional nas audiências. Entre as atribuições mais comuns estão:
Essa última atribuição merece atenção especial. Um erro básico, mas relativamente comum, é levar um preposto sem autorização formal, apesar de não existir obrigação legal. Em 2023, o TRT-7 anulou o depoimento de um preposto justamente por ausência de carta de preposição, reforçando a importância de observar esse requisito simples, mas essencial.
A legislação oferece certa flexibilidade. Em teoria, qualquer pessoa com vínculo de confiança e conhecimento real dos fatos pode atuar como preposto. Porém, na prática, algumas escolhas são mais comuns:
Embora a lei permita até mesmo um preposto sem vínculo empregatício, tribunais costumam exigir que essa pessoa demonstre conhecimento efetivo da relação de trabalho. Caso contrário, há risco de o depoimento ser desconsiderado ou impugnado.
Escolher um preposto sem treinamento pode colocar a empresa em sérios riscos. O representante despreparado pode:
Por isso, o preparo deve ir além da escolha do nome. Envolve:
Na BCN Treinamentos, observamos que as simulações de audiência são a forma mais eficaz de preparar um preposto. Quando o aluno enfrenta perguntas inesperadas em um ambiente controlado, ele aprende a manter a calma, responder com firmeza e evitar contradições — o que faz toda a diferença na audiência real.
Sim. O preposto pode firmar acordo em audiência, mas somente se estiver formalmente autorizado. Essa autorização, geralmente concedida por meio de carta de preposição, deve ser clara e específica.
Se o juiz perceber que o preposto não tem poderes, a audiência pode ser atrasada ou até prejudicada. Por isso, quando a intenção da empresa é negociar, é fundamental que:
1. O preposto precisa ser empregado da empresa?
Não. A lei permite a escolha de alguém sem vínculo empregatício, mas recomenda-se que seja alguém que realmente conheça os fatos do processo.
2. É obrigatório apresentar carta de preposição?
Não há imposição legal automática, mas juízes frequentemente a exigem. Para evitar incidentes (ou desobediência a ordem específica), leve a carta sempre.
3. O preposto pode negociar acordo?
Sim, desde que tenha poderes específicos expressos na carta de preposição.
4. Quais são os riscos de um preposto despreparado?
Confissão tácita, enfraquecimento da defesa, má impressão perante o juiz e maior risco de condenação.
5. Como preparar um preposto de forma eficaz?
Com estudo do processo, alinhamento com o advogado e, sobretudo, simulações práticas de audiência — que preparam o representante para situações reais.
O preposto na Justiça do Trabalho não é uma figura meramente formal. Ele é o elo entre a empresa e o Poder Judiciário, e seu desempenho pode impactar diretamente o resultado da ação.
Negligenciar sua preparação pode custar caro. Por outro lado, investir em treinamento — com simulações realistas, alinhamento jurídico e postura adequada — fortalece a defesa, protege a imagem da organização e reduz riscos trabalhistas.
Se sua empresa deseja capacitar profissionais para essa função, conheça o curso de Preposto na Justiça do Trabalho da BCN Treinamentos. Nossos programas incluem simulações práticas que reproduzem o ambiente de audiência, preparando os participantes para enfrentar com segurança e responsabilidade os desafios de um processo trabalhista.
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