No contexto das relações trabalhistas, é comum que empresas enfrentem ações judiciais movidas por ex-colaboradores ou empregados ativos. Nesses casos, a presença de um representante legal durante as audiências é obrigatória — e é aí que entra o papel do preposto. Embora muitas vezes pouco conhecido fora do meio jurídico, o preposto exerce uma função fundamental na Justiça do Trabalho, sendo responsável por representar a empresa perante o juiz e relatar os fatos que envolvem o processo. Compreender o que faz um preposto, quem pode exercer essa função e qual a sua importância é essencial para qualquer organização que deseja conduzir suas defesas trabalhistas com responsabilidade e eficiência.
Neste artigo, você vai entender o que é um preposto, quais são suas funções em um processo trabalhista, quem pode ser designado para esse papel e por que a preparação adequada desse representante pode impactar diretamente o resultado de uma ação. Continue a leitura e tire todas as suas dúvidas sobre o tema.
O preposto é a pessoa designada para representar o empregador durante um processo trabalhista. Sua principal função é comparecer às audiências e prestar esclarecimentos sobre os fatos que envolvem a reclamação do empregado. De acordo com o artigo 843 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o empregador pode ser substituído por um preposto que tenha conhecimento dos fatos discutidos no processo, e as declarações prestadas por ele em juízo terão o mesmo valor das declarações do próprio empregador.
Na prática, o preposto é a “voz” da empresa durante o processo. Ele não precisa, necessariamente, ser um advogado ou ter formação jurídica, mas deve estar preparado para relatar com clareza os detalhes do vínculo empregatício, esclarecer eventuais dúvidas levantadas pelo juiz e contribuir para o bom andamento da audiência. Sua atuação é essencial para a defesa da empresa, já que sua versão dos fatos será considerada na tomada de decisão do juiz.
A principal função do preposto é representar a empresa nas audiências trabalhistas, especialmente na audiência inaugural e na audiência de instrução e julgamento. Ele deve comparecer— o que é obrigatório na Justiça do Trabalho — e estar preparado para prestar depoimento, responder aos questionamentos do juiz e do advogado da parte contrária e confirmar ou esclarecer informações constantes na defesa apresentada pela empresa.
Entre as atribuições mais comuns do preposto, destacam-se:
Dada a relevância dessas responsabilidades, é essencial que o preposto seja escolhido com critério e devidamente preparado para cumprir seu papel com segurança e precisão.
A legislação trabalhista brasileira permite certa flexibilidade quanto à escolha do preposto. Segundo o §1º do artigo 843 da CLT, o empregador pode ser substituído por “gerente ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento dos fatos”. Isso significa que, em tese, qualquer pessoa com vínculo de confiança e conhecimento sobre a relação de trabalho pode assumir esse papel — não há exigência de que o preposto seja empregado da empresa.
No entanto, algumas decisões judiciais e a jurisprudência dominante indicam que, preferencialmente, o preposto deve ter vínculo empregatício com a empresa, especialmente em casos envolvendo a Administração Pública ou empresas que lidam com contratos públicos. Em situações em que o preposto não é empregado — como quando se utiliza um profissional terceirizado ou um preposto “profissional” — pode haver risco de impugnação, caso o juiz entenda que a pessoa não detém conhecimento real dos fatos.
As opções mais comuns para nomeação de preposto incluem:
Independentemente de quem for escolhido, o ponto mais importante é que o preposto tenha pleno conhecimento dos fatos discutidos na ação e esteja apto a prestar um depoimento claro, honesto e alinhado com a defesa da empresa.
Escolher alguém com conhecimento dos fatos não é suficiente — o sucesso da representação da empresa em uma audiência trabalhista depende, em grande parte, do preparo do preposto. Um depoimento mal conduzido, impreciso ou contraditório pode comprometer seriamente a defesa, mesmo que a empresa tenha bons argumentos jurídicos.
O preparo adequado envolve:
Uma empresa que negligencia o preparo de seu preposto corre riscos desnecessários e pode ser condenada por detalhes que poderiam ser evitados com uma atuação mais cuidadosa. Por isso, investir tempo na orientação e capacitação desse representante é uma medida estratégica que protege a imagem e os interesses da organização.
Sim, o preposto pode fechar acordo durante a audiência trabalhista, desde que esteja formalmente autorizado para isso. Essa autorização deve ser expressa e clara, normalmente por meio de uma carta de preposição ou outro documento que lhe conceda poderes para transigir em nome da empresa.
É importante entender que o juiz pode questionar o preposto, durante a audiência, sobre sua autorização para firmar acordos. Caso o preposto não tenha poderes ou declare que precisa consultar a empresa, isso pode gerar atrasos no processo ou até prejudicar uma proposta vantajosa de conciliação.
Por outro lado, quando o preposto está devidamente autorizado e bem orientado sobre os limites e condições aceitáveis para um acordo, a audiência se torna mais dinâmica e pode resultar em soluções rápidas, menos onerosas e com menor desgaste para ambas as partes.
Portanto, sempre que houver intenção real de negociar, a empresa deve:
Negociar com preparo e responsabilidade pode ser uma excelente forma de resolver litígios trabalhistas com agilidade e previsibilidade.
A escolha e o preparo inadequado do preposto podem gerar consequências negativas sérias para a empresa em um processo trabalhista. Como representante direto do empregador, o preposto é quem prestará depoimento em nome da organização, e qualquer falha, omissão ou contradição pode ser interpretada de forma desfavorável pelo juiz.
Entre os principais riscos de se apresentar um preposto despreparado, destacam-se:
Por isso, o cuidado na escolha e no treinamento do preposto não deve ser subestimado. Ter alguém preparado, comprometido e bem instruído é uma das formas mais eficazes de proteger os interesses da empresa em um processo trabalhista.
O preposto exerce um papel estratégico na Justiça do Trabalho, sendo o elo direto entre a empresa e o Poder Judiciário durante as audiências. Mais do que simplesmente “estar presente”, ele precisa conhecer os fatos, estar alinhado com a defesa e saber se comunicar com clareza e responsabilidade. Um bom preposto pode contribuir significativamente para a condução eficaz do processo e até para a redução de riscos trabalhistas futuros.
Diante da importância dessa função, investir na capacitação adequada é uma medida inteligente para qualquer organização.
Se você deseja se preparar para atuar como preposto ou quer qualificar a equipe da sua empresa para esse papel, conheça o Treinamento de Preposto na Justiça do Trabalho da BCN Treinamentos.
Aproveite também para conferir a agenda completa de cursos e encontre outras formações essenciais para fortalecer a gestão jurídica e trabalhista da sua organização.
Atuar como preposto na Justiça do Trabalho é uma grande responsabilidade. Esse profissional representa oficialmente…
Você sabe quais são os riscos da terceirização de serviços? A terceirização, relação B2B ou…
A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é um sistema de códigos criado para classificar os…
A gestão eficiente de fornecedores terceirizados é um fator estratégico para empresas que desejam garantir…
A crescente conscientização sobre a sustentabilidade e a responsabilidade social está consolidando um novo padrão…
Você sabe como calcular estoque mínimo e estoque de segurança? O estoque mínimo e o…