A terceirização é hoje uma prática consolidada nas empresas brasileiras, seja para atividades-meio (limpeza, segurança, facilities) ou mesmo em áreas estratégicas. No entanto, apesar de vantajosa em termos de eficiência e foco no core business, ela também carrega riscos trabalhistas relevantes. Se não forem gerenciados, esses riscos podem gerar passivos financeiros e comprometer a reputação da organização.
É nesse cenário que a auditoria em contratos de terceirizados assume papel essencial. Mais do que um mecanismo de controle, a auditoria é um instrumento de governança preventiva, capaz de verificar se o contrato está sendo cumprido conforme combinado e se existem lacunas que possam evoluir para problemas jurídicos ou operacionais.
A simples formalização de um contrato não garante que as obrigações legais e operacionais serão cumpridas pelo fornecedor. Do ponto de vista jurídico, a contratante pode ser responsabilizada solidariamente por irregularidades trabalhistas da prestadora — salários não pagos, encargos sociais atrasados ou descumprimento de normas de segurança, por exemplo.
Mesmo que o contrato atribua responsabilidade exclusiva ao fornecedor, a Justiça do Trabalho tem sido firme em proteger o trabalhador, cobrando da empresa contratante reparações quando identifica falhas de fiscalização.
Assim, auditar periodicamente fornecedores terceirizados demonstra diligência, fortalece a governança e reduz significativamente o risco de condenações judiciais. Consultorias privadas de gestão contratual reforçam que auditorias são um dos pilares do compliance trabalhista em ambientes com alta dependência de terceiros.
Na prática da BCN Treinamentos, ouvimos frequentemente relatos de empresas insatisfeitas com a qualidade da execução dos serviços terceirizados: “as operações nunca são bem feitas como deveriam”.
Sempre reforçamos que o problema não está apenas na execução. Ele é fruto de todo um ciclo de gestão, que começa no planejamento do contrato, passa pela comunicação clara com os terceiros e culmina na auditoria periódica.
É nessa última etapa que a contratante pode verificar se o que foi acordado no contrato está sendo cumprido, identificar falhas e propor melhorias que impactem diretamente a entrega final.
Uma boa auditoria permite identificar riscos recorrentes, como:
Esses pontos, quando não monitorados, podem comprometer a contratante mesmo que a falha seja da prestadora de serviços.
Enquanto a auditoria documental analisa registros (holerites, contratos, controles de ponto), a auditoria operacional vai além: ela verifica como o serviço é executado na prática.
Isso inclui observar a presença de funcionários nos postos de trabalho, avaliar uso correto de EPIs, checar escalas de plantão e até entrevistar trabalhadores. Esse olhar prático ajuda a identificar riscos ocultos, como jornadas excessivas, acúmulo de função ou ausência de supervisão.
Ao adotar essa abordagem, a contratante ganha evidências objetivas que podem ser usadas tanto para corrigir desvios quanto para se proteger em eventual disputa judicial.
Para que a auditoria seja mais do que uma formalidade, ela deve ser estruturada em etapas:
1. Planejamento
2. Execução em campo e análise documental
3. Relatório de auditoria
4. Acompanhamento
Esse processo contínuo cria um ciclo de melhoria que fortalece a relação contratual e reduz riscos jurídicos.
Auditorias bem conduzidas resultam em relatórios que funcionam como prova de diligência da empresa contratante. Eles podem ser fundamentais para a defesa em casos de:
Assim, a auditoria não apenas evita passivos, como também documenta o comprometimento da contratante com a legalidade e a boa gestão.
Em um ambiente empresarial cada vez mais regulado e competitivo, a Auditoria em Terceirizados deixou de ser uma prática opcional. Ela é hoje um diferencial competitivo e de compliance, capaz de:
Na BCN Treinamentos, abordamos a auditoria como parte de um ciclo de gestão de terceiros: planejamento, comunicação, execução e monitoramento contínuo. Essa visão prática tem ajudado empresas a corrigir falhas, reduzir passivos e transformar a terceirização em um aliado estratégico.
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